"Porque é necessário ver a vida com outros olhos, além da aparência que ela nos apresenta."
Alice Paes

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"Safadeza Oculta" - Eleições


Safadeza oculta era o lixão esparramado pela rua em véspera de votação.

Nunca entendi isso de poder jogar esse monte de papel poluindo ruas, calçadas e entupindo bueiros... Acha mesmo que alguém pega aquele papel imundo do chão pra votar? (tá, eu sei que existe esse absurdo) Mas, e onde fica toda conscientização trabalhada o ano todo na sociedade para com a preservação do meio ambiente e não poluição do mesmo?

Hahahahahahaha... Palhaçada como sempre!

Senti-me envergonha de ter esse papel de ELEITOR, vendo aquele monte de vergonha por todo lado em contraste com as propostas feitas por aquelas mesmas caretas que riam e, ao mesmo tempo, eram pisadas em meio o lixão.


Descontraindo:

Flerte em dia de votação... Hein?

Quer coisa mais tediosa do que essa de sair de sua casa de manhazinha, ver um monte de ‘safadeza oculta’ espalhada por toda rua. Refletindo em como tudo será após esse dia de decisões. “Que rumo nós teremos, Brasil?”
Longa fila. Cada um perdido, procurando sua Zona, lá vamos nós. Discutindo em meio a fila, se de fato, o melhor seria digitar aqueles números ou votar em branco. (sim, digitamos os números).

E naquele passo lento da fila, tosses, cuspidas no chão, risadas, conversas fiadas, tudo com fundo musical “urna” lentamente a soar... Lá vem aquele olhar manso com um leve sorriso (cafa) engatados a uma encarada. Sério? Alguém consegue mesmo fazer isso em dia de votação? Tem mesmo como pensar em “flertar” se na sua cabeça só se passa imagens de Serra, Dilma, até o Lula, enfim... Isso não é nada excitante. Simplesmente a gente finge que foi impressão (ignora aquele ser sem "desconfiometro"). E mantém a sequência de rostos e ideias que pairam na mente.

No outro local de votação, onde meu irmão teve de votar e eu o acompanhei, aconteceu mais uma “sem desconfiometro”, e pior é que ainda era mesário. Bah! Mas ficar dia todo lá deve mesmo ser entediante. Teve até uma senhora japonesa que escorregou tão graciosamente caindo no chão, que nem foi possível ouvir o barulho. Tão pequena, chão liso. Se alguém risse, juro que daria um tapa. (sim, bati no meu irmão).

A fila. Me senti indo pra cadeira elétrica. Ou no próprio júri: “condena”ou “não condena”.

Condenando ou não o Brasil?

Também tive aquela sensação de “dia de tomar vacina”, fosse na escola, fosse já adulta... Todo mundo fica meio tenso na tal da fila. E acredito que o tempo frio ajuda a dar um ‘ar’ misterioso, tenso e depressivo à situação. [risos]

Não fosse as tirinhas:

- “Qual sua zona?”
- “69, e a sua?”
-
(O.o)

- “Essa que é a tal da zona? Nossa, nem é tão ruim assim...”

Bem, chega de “safadezas ocultas” né? Devia ter postado isso antes, mas algumas surpresas boas tomou-me o tempo. [risos]

Beijos e até o próximo post...[que já está em rascunho].

Alice Paes.

(Foto tirada por mim, no dia 03/10/2010)

sábado, 2 de outubro de 2010

Dormindo no Ponto

[Foto tirada hoje, voltando do serviço pra casa, no ponto de ônibus.]

“Não durma no ponto”

Não bastou apenas ouvir esse ditado por aí, eu tive de colocá-lo em prática...

Como?

Dormindo no ponto.

Depois de uma jornada de 10 horas de trabalho, lá estava eu, às 21h15min, aguardando o próximo ônibus para ir de encontro com meu colchão... Sozinha com meus pensamentos, cochilei sobre o meu braço... Acordei num sobressalto e de longe avistei os letreiros do meu ônibus que se aproximava “Ufa! Por pouco!”

Mas não é só no ponto que não se deve dormir, temos também o próprio acento do ônibus... E a janela de vidro que, pra quem está exausto, é um apoio sem igual. Se falo disso é por experiência própria. E essa foi a ‘melhor’, numa dessas voltas pra casa após o serviço, novamente cochilei, agora dentro do ônibus, recostada a janela. Passei do ponto... Fui descer mais adiante. Certeza que não sou a única nessas paradas da vida. [risos]

Na vida temos vários pontos, vários ônibus e vários cochilos também. Nessas histórias eu aprendi a não deixar passar do ponto, e a não dormir no ponto. Metaforicamente falando, vou tentar aplicar isso a outras coisas da vida. Aliás, já estou aplicando.

. Ponto final

Alice Paes.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Roda Viva

"Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração..."

(Trecho da composição de Chico Buarque - "Roda Viva".)

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As coisas acontecem, e junto a elas vem o tempo que vai fazendo sua contagem... "tic-tac-tic-tac..."

Você não o nota e, no entanto, prossegue com sua rotina, com seus planos, com suas aspirações. "Tic-tac-tic-tac..." Vive momentos... Momentos bons, ruins, momentos vagos, tediosos...

Chega um instante que sua rotina começa mudar. Seja por uma promoção no trabalho, uma vaga na universidade ou, um novo amor. Várias coisas acontecem no desenrolar do "tic-tac", aqueles momentos do passado ficam no passado. Tornam-se vagas lembranças presas a uma página virada de sua vida, a partir desse novo momento que chegara, nada daquilo lhe faz falta, pra você o que vale é o presente. Passa a ver o que se foi como uma etapa que lhe acrescentou coisas boas e ruins também, mas que acima de tudo, lhe fez amadurecer.

Agora você está diferente, é mais esperto, mais ágil e mais concentrado no próximo passo. Talvez você não saiba explicar exatamente o por que de ter mudado, não foi uma atitude que você resolveu tomar, simplesmente aconteceu, você não é mais um jovem inconsequente, agora conhece coisas que não conhecia, agora já tem noção daquilo qual antes se perdia. És responsável pelos seus atos e as consequências dos mesmos.

Você não explica, mas ele explica: "tic- tac- tic-tac- tic-tac- tic-tac".

Ele te amadurece, amadurece seu corpo, muda as coisas na sua vida, muda bastante suas ideias, coloca novas pessoas em seu caminho... Muda o cenário de sua história, muda muitos personagens também. Num simples "tic-tac" faz você pensar mil e uma coisas e planejar outras mil.

Sinto dizer, [na verdade não sinto não, fico feliz] que o “tempo rodou nas voltas do meu coração”, o passado não habita mais aqui... Não somente por haver um outro ocupante de meus pensamentos, e sim, por que foi um passado que não fora tão marcante, apenas borrifou alguma página de minha história, mas essa página já ficou tão para trás, que ao tentar voltar a ela vejo apenas pequenas letrinhas um tanto quanto fracas diante do presente.

Eu não sou mais a menina ingênua que fui, eu agora sou mulher.
Só posso ignorar a tentativa do passado em querer repetir uma rasteira em mim... Pois agora eu uso salto, posso esmagar o seu pé.

Alice Paes.