"Porque é necessário ver a vida com outros olhos, além da aparência que ela nos apresenta."
Alice Paes

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Um pedido

"Observando as estrelas na noite, vaga noite que embalou meus pensamentos. Um tanto pensar, em seguir, em parar... Pensar no que possa existir além do brilho das estrelas, do manto negro da noite... Lá se foi uma estrela que se movia rapidamente... Logo pensei: "Se for estrela cadente, que pedido farei?"

Pra que pensar se a resposta estava na ponta da mente?

"Meu pedido é que eu possa conhecer aquela pessoa que mudou algo em mim".

É... É isso. Essa pessoa desconhecida, que revira minhas ideias, me desconectou de minha tão firme base e que sem pedir licença, invade vez ou outra um pensamento meu.

Esse alguém que completa minhas ideias, termina minhas frases e, tantas vezes, também se opõe a elas.

Não sei se mais gordo ou mais magro que eu;

Se tem 1,30 de altura , se franze a testa com frequência, se canta alto e desafinado no banheiro;

Se usa prótese dentária; se gagueja; se tem alto grau de cegueira...

Que importância faria?

E também não sei se riria de meu bobo humor, de minha estabanadice, de meus passos tropeçados...

Conhecer ele que, me dá borboletas e pontadas no estômago, e também aquela estranhíssima sensação no peito. Conhece? rsrs

Essa pessoa que por vezes já dei-lhe espetadas por simples medo. Por que esse medo? Esse medo de perder uma chance, de sequer ter uma... As estrelas cadentes são fiéis, não?

Óh! Quão tolo és, coração. Foste se apaixonar tão longe, um longe que não se aproxima com estradas... Um longe que só sentimentos aproximam."

Alice Paes.

domingo, 26 de setembro de 2010

Namorix X Ser de alguém


Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, levanta os braços, sorri e dispara: "eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também". No entanto, passado o efeito do uísque com energético e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração "tribalista" se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo para reclamar de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu.

Beijar na boca é bom? Claro que é! Manter-se sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que "toda ação tem uma reação"? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.

Embora já saibam namorar, "os tribalistas" não namoram. Ficar também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de cultivar a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu - afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança?

A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim como só deseja "a cereja do bolo tribal", enxerga apenas o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar.

Já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade que "amar se aprende amando" e se seguirmos seu raciocínio, esbarraremos na lição que nos foi transmitida nas décadas passadas: relação é sinônimo de desilusão. O número avassalador de divórcios nos últimos tempos, só veio confirmar essa tese e aqueles que se divorciaram (pais e mães dos adeptos do tribalismo) vendem (na maioria das vezes) a idéia de que casar é um péssimo negócio e que uma relação sólida é sinônimo de frustrações futuras. Talvez seja por isso que pronunciar a palavra "namoro" traga tanto medo e rejeição. No entanto, vivemos em uma época muito diferente daquela em que nossos pais viveram. Hoje podemos optar com maior liberdade e não somos mais obrigados a "comer sal junto até morrer". Não se trata de responsabilizar pais e mães, ou atribuir um significado latente aos acontecimentos vividos e assimilados na infância, pois somos responsáveis por nossas escolhas, assim como o que fazemos com as lições que nos chegam. A questão não é causal, mas quem sabe correlacional.

Podemos aprender amar se relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optar. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins.

Ser de todo mundo, não ser de ninguém é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida solidão.

Texto de: Mônica Montone [não, não é do Arnaldo Jabor pessoal].

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Eu não saberia expressar tão bem o que gostaria de dizer nessa linha de pensamento. O texto da poeta Mônica Montone me salvou [risos]

Espero que desperte muitos "tribalistas"... Eu conheço vários.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mudanças

Me peguei ultimamente tão empolgada com uma possível mudança de cidade, estado, cultura, clima... E não percebi que a verdadeira mudança que precisa ser feita estava tão óbvia... Meu eu.
Em meio a pensamentos na madrugada, sem sono e com muitos grilos imaginários buzinando em meu ouvido, me veio em mente diversas coisas que devo, posso melhorar e exigir de eu mesma. E quando uma ideia borbulha em sua cabeça, ela fica piscando sem parar até que você resolva fazer algo com ela, no meu caso resolvi fazer um post para o blog que está quase dois meses sem postagem... Pensei em minha pessoa, no entanto pode valer a ti, quem sabe?

  1. Procure evitar a palavra "NÃO", é o que tentarei fazer nestas linhas;

  2. Evite exigir das pessoas o que talvez, nem você mesmo possa cumprir;

  3. Deixe de agir afobadamente, como se o prazo para realizar suas metas fosse equivalente a um segundo;

  4. Sonhar é uma atividade livre, lhe aproxima mais de seus desejos, e é bom, desde que ao retornar, lhe permita permanecer na realidade;

  5. O passo de um sonho para realidade depende da distância que você aplica a ele;

  6. Seja otimista, nada é impossível desde que se queira e faça por onde;

  7. Descubra que idade não é sinônimo de que o relógio da vida está correndo. Esqueça o ponteiro e passe a viver de acordo com seu relógio interior, o qual é cronometrado através de suas experiências do dia a dia;

  8. Alimente sempre sua criança interior, relembre bons momentos, partilhe coisas simples, respire a despreocupação como um ser inocente faz, permita-se ser inocente em alguns momentos;

  9. Seja imprevisível não só às pessoas, até mesmo a ti;

  10. Defeitos, qualidades são características de todo ser humano, e é o que diferencia cada um, muitas vezes o que os torna especial. Perfeição não habita a Terra, portanto nem você nem ninguém será perfeito;

  11. Reconheça os valores das pessoas que estão a sua volta, admire-as, elogie-as;

  12. Deixe as coisas/pessoas livres, não sufoque-as. O que realmente faz parte de sua vida sempre retornará a ti;

  13. Se conforme que a vida não é como você deseja, ela segue seu próprio roteiro. Você é o personagem primário dela que, não poderá decidir o desfecho mas, tem o arbítrio de escolher em quais linhas ela pode ser escrita;

  14. Ouça; aprenda; ensine; respire...

  15. Não pense (ou se preocupe) de mais <--[ créditos à Raul] ... Tão somente Viva !